Só quem está disposto a perder tem o direito de ganhar.
Só o maduro é capaz da renúncia. E só
quem renuncia aceita provar o gosto da verdade, seja ela qual for.
O que está sempre por trás dos nossos dramas, desencontros
e trambolhões existenciais é a representação
simbólica ou alegórica do impulso do ser humano para
o amadurecimento.
A forma de amadurecer é viver. Viver é seguir impulsos até perceber, sentir, saber ou intuir a tendência de equilíbrio que está na raiz deles (impulsos). A pessoa é impelida para a aventura ou peripécia, como forma de se machucar para aprender, de cair para saber levantar-se e aprender a andar. É um determinismo biológico: para amadurecer há que viver (sofrer) as machucadelas da aventura e da peripécia existencial.
A forma de amadurecer é viver. Viver é seguir impulsos até perceber, sentir, saber ou intuir a tendência de equilíbrio que está na raiz deles (impulsos). A pessoa é impelida para a aventura ou peripécia, como forma de se machucar para aprender, de cair para saber levantar-se e aprender a andar. É um determinismo biológico: para amadurecer há que viver (sofrer) as machucadelas da aventura e da peripécia existencial.
A solução de toda situação de impasse
só se dá quando uma das partes aceita perder ou aceita
renunciar (e perder ou renunciar não é igual, mas é
muito parecido; é da mesma natureza). Sem haver quem aceite
perder ou renunciar, jamais haverá o encontro com a verdade
de cada relação. E muitas vezes a verdade de cada relação
pode estar na impossibilidade, por mais atração que
exista. Como pode estar na possibilidade conflitiva, o que é
sempre difícil de aceitar.
Só a renúncia no tempo certo devolve as pessoas a elas
mesmas e só assim elas amadurecem e se preparam para os verdadeiros
encontros do amor, da vida e da morte. Só quem está
disposto a perder consegue as vitórias legítimas.
Amadurecer acaba por se relacionar com a renúncia, não
no sentido restrito da palavra (renúncia como abandono), porém
no lato (renúncia da onipotência e das formas possessivas
do viver).
Viver é renunciar porque viver é optar e optar é
renunciar.
Renunciar à onipotência e às hipóteses
de felicidade completa, plenitude etc é tudo o que se aprende
na vida, mas até se descobrir que a vida se constrói
aos poucos, sobre os erros, sobre as renúncias, trocando o
sonho e as ilusões pela construção do possível
e do necessário, o ser humano muito erra e se embaraça,
esbarra, agride, é agredido.
Eis a felicidade possível: compreender que construir a vida é renunciar a pedaços da felicidade para não renunciar ao sonho da felicidade.
Eis a felicidade possível: compreender que construir a vida é renunciar a pedaços da felicidade para não renunciar ao sonho da felicidade.